sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Primeiro dia de Ciclo Bravo! de Jornalismo: o panorama da literatura de jornalismo no Brasil e Angola

Uma das novidades da sexta edição do fórum das Letras, o Ciclo Bravo! de Jornalismo teve início na manhã desta quinta-feira (11) no anexo do Museu da Inconfidência em Ouro Preto.


Com a contribuição do tema principal do Fórum deste ano, a África, a mesa discutiu “Literatura e resistência: publicações alternativas”. Como convidados, o angolano Jacques dos Santos expôs o exemplo de Chá de Caxinde. Os brasileiros Rodrigo Garcia Lopes, da revista Coyote e Rogério Pereira, do jornal Rascunho, também falaram cada um de sua publicação.

Frisando o dia da independência de Angola ser neste data, Jacques apontou a literatura de seu país como “a argamassa da forte construção do poderoso país que se tenta levantar”, tendo em consideração o jovem país que há 25 anos desvinculava-se de Portugal. Falou da dificuldade, mesmo com alianças literárias internacionais, da exportação de obras angolanas e lamentou-se dizendo que o "novo" na literatura angolana é completamente desconhecido.

Para o jornal Rascunho, de Rogério Pereira, as coisas também não foram fáceis, apesar de seus 10 anos completados em 2010. Pereira narrou a história do então encartado de um jornal curitibano, que ganhou força e se tornou maior que o próprio veiculo na qual o publicava. Desvinculando-se desse jornal, o Rascunho se tornou independente, sem recursos de incentivos de cultura e hoje conta com colaboradores de renome, como José Castello, chegando aos leitores de todos os estados do país e a consulados brasileiros no exterior pela assinatura.

Também contando a história da revista literária Coyote, Rodrigo Garcia Lopes lembrou o surgimento de revistas com esse suporte na história da literatura brasileira, sempre associadas a escolas literárias. Mas a diferenciou: “não temos nenhum movimento literário nem damos privilégio a algum”, comentou Rodrigo.

Acerca da importância de se fomentar literatura e do papel exercido por quem o faz, Rogério comenta que a Rascunho é uma fagulha na tentativa de mudar a pessoa que a lê, não se importando de quem seja. Já Rodrigo Lopes acredita que a literatura não está “mal das pernas”, mas sim a falta de informações sobre o assunto a torna mal informada.

O Ciclo Bravo! de Jornalismo acontece durante esse Forum sempre as 11h no Museu da Inconfidência.

* Por Kael Ladislau

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