sábado, 13 de novembro de 2010

Da mitologia africana à formação da identidade brasileira

“O aluno, no Brasil, aprende sobre Grécia, Roma, mas não sobre África”, afirmou Luiz Antônio Simas, mediador da mesa “Permanência e Recriações da Mitologia Africana no Brasil, que contou também com as presenças do escritor brasileiro Alberto Mussa e do nigeriano Felix Ayoh’Omidire. O evento aconteceu no Cine Vila Rica, nesta quinta-feira, 11, às 15h.

As discussões giraram em torno do que é o mito e do seu poder literário, uma vez que ele ajuda a definir as marcas identitárias de uma sociedade. “O mito é fundamental na vida de qualquer indivíduo. Na mitologia você encontra o cerne de sua própria identidade”, afirmou Felix. No caso dos africanos, entender como eles vivenciam seus mitos é uma forma de se conhecer também o que é o Brasil, compreender os traços afros presentes na nossa cultura.

Outro ponto discutido no encontro foi a Lei nº 10.639 da Constituição, que torna obrigatório nas escolas o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Segundo Alberto Mussa, “a sociedade brasileira ainda é muito racista. O Brasil tem um grande desafio para exterminar o racismo implícito”, diz. É preciso desmistificar a ideia de superioridade intelectual branca sobre a negra; dessa maneira será mais fácil ensinar literatura africana (o que inclui a mitologia) nos colégios. Para isso, “é necessária a unificação dos mitos, pois eles fazem com que nos enxerguemos iguais e reconheçamos como nossa a cultura que herdamos”, conclui Mussa.

*Fonte: site do Fórum das Letras

0 comentários:

Postar um comentário

Image Map