segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Literatura em Cena: as obras brasileiras no exterior

Autores com carreiras reconhecidas mundialmente foram os protagonistas de um dos eventos da mesa ”Do local ao universal: as trajetórias de João Ubaldo Ribeiro e Márcio Souza”, com mediação de Felipe Lindoso, Os autores discutiram, ao lado de Carmen Villarino, da Universidade de Compostella, e de Rita Godet, da Universidade de Rennes, a repercussão, tanto no Brasil quanto no exterior, de suas obras. E deram ênfase também em uma assunto mais amplo: a literatura brasileira.

Márcio Souza já participou de vários eventos em universidades dos EUA e da Europa. “Jorge Amado foi meu grande guia”, disse ele, sobre a difusão de suas obras no exterior. A respeito da divulgação da literatura brasileira em outros países, Rita Godet afirmou que nossa produção literária não alcança de forma significativa o mundo porque hoje se está em busca do mercadológico, dos best-sellers. “Mas isso não é um problema da literatura brasileira apenas, mas sim da literatura em geral.”, diz a professora. Carmen Villarino, que entende a produção literária como um bem cultural, afirma que deve-se criar uma marca consolidada brasileira nesse ramo. Felipe Lindoso ainda comentou a necessidade de haver uma política pública de promoção do autor nacional, tanto dentro quanto fora do país.

Márcio, em relação a essa falta de incentivo, afirma que o que vale mesmo é o prazer da escrita. “Eu não tenho nenhuma dificuldade em escrever, muito pelo contrário, tenho que me controlar para não virar uma ‘pororoca’ literária.”

João Ubaldo, ao ser perguntado sobre seu público fora do Brasil, diz que cumpre com seu papel de escritor brasileiro e que não trai seu ethos. “Procuro sempre ser honesto com o que escrevo, o resto é consequência.” Ribeiro ainda se mostra autêntico quando afirma: “Eu não mudaria nenhuma palavra que escrevo para agradar aos estrangeiros.”

“A mágica do livro deve transformar cada leitor de uma maneira diferente.”, diz o autor sobre a atitude de seus leitores ao lerem seus livros, alegando que isso depende da individualidade de cada um.

*Fonte: Site do Fórum das Letras

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