quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Abertura congrega literatura lusófona e homenageia Ferreira Gullar

Convergir em um encontro a Literatura Brasileira com toda a diversidade e riqueza da cultura de países africanos lusófonos é o eixo central da sexta edição do Fórum das Letras em Ouro Preto. A Igreja Nossa Senhora do Carmo foi o cenário da abertura oficial na manhã dessa quarta-feira, 10 de novembro.

A abertura foi feita pela coordenadora-geral do Fórum das Letras, Guiomar de Grammont, seguida pelo pró-reitor de Extensão da UFOP, Armando Wood, e pelo Prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo. Também marcou presença Abreu Praxe, membro da Direção da Associação dos Escritores Angolanos.

Promovido pela Universidade Federal de Ouro Preto, o Fórum terá – até o dia 15 de novembro - apresentações gratuitas para uma cooperação mútua entre a arte do Brasil, Portugal e dos países de língua portuguesa da África. “O fio que liga nossa cultura à africana é a língua, e por meio desta é possível desvendar essas identidades multifacetadas que aqui se encontram”, constata Guiomar de Grammont.

O Prefeito Ângelo Oswaldo mostrou que esse evento e sua atenção à literatura e a interação com autores, intelectuais e públicos desde 2005, marca um momento histórico na Literatura de Ouro Preto, Patrimônio Cultural da Humanidade que tem em suas páginas poetas como o homenageado pelo Bicentenário, Tomás Antônio Gonzaga.

Compartilhar cultura, literatura e arte é o desafio proposto por esse encontro que aglomerará, nesses seis dias, de crianças a grandes poetas brasileiros em busca do conhecimento através da Literatura.

O papel do poeta não é trazer tristeza

“Ser homenageado é ótimo, é bem melhor que ser insultado. Mas não me peçam para explicar, quem me homenageia é o que deve fazer”, assim o poeta Ferreira Gullar define a homenagem de ontem.

Para a coordenadora do Fórum das Letras, Guiomar de Grammont, a escolha se encaixa perfeitamente na temática do Fórum das Letras desse ano, África. “A língua que gera submissão também é aquela que gera liberdade. Ferreira Gullar , assim como muitos escritores africanos, soube aproveitar esse recurso em meio a movimentos populares”, disse.

Mesmo tendo participado de movimentos populares e vivenciado um período opressor, Gullar acredita que o papel do poeta não é o de trazer tristeza. “A arte, assim como a poesia, existe porque a vida não basta. Você transforma a dor em alegria. Eu faço arte para o outro ser feliz”, afirmou.

* Por Aline Rosa e Mateus Meireles

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