* Por Janini Sanches e Maressa Nunes
Livros que viram roteiros para o cinema, a mesa "Cinema e deslocamentos" debateu as adaptações e os road movies. O penúltimo boletim do Fórum trouxe também uma entrevista com o jornalista e biógrafo Paulo Markum. E ainda o universo das revistas literárias abordado na mesa: "Literatura e resistência".
Veja a nossa reportagem!
Com a participação do escritor e jornalista paranaense, Laurentino Gomes, e mediação do também escritor e historiador carioca, Clóvis Bulcão, a mesa “Os órfãos da independência: as relações Brasil e África e as esperanças frustradas de 1822” discutiu o contexto do Brasil nos anos que antecederam a proclamação da independência e o que mudou no país após o 7 de setembro. A mesa aconteceu no Cine Vila Rica, na tarde de sábado. Seguindo uma linearidade, os convidados começaram falando da figura de Tiradentes e terminaram no ano em que o Brasil deixou de ser colônia de Portugal. Para Laurentino, as guerras napoleônicas e o bloqueio continental, bem como as conjurações ocorridas no Brasil, contribuíram para a independência do país. “A ideia de Revolução era fermentada a todo instante”, diz. Ele esclarece, ainda, que a guerra de independência não foi pacífica como muitos pensam, pois “havia um clima de ódio entre lusos e brasileiros”. O jornalista cita alguns personagens importantes desse período, como José Bonifácio, a Imperatriz Leopoldina, e principalmente D. Pedro I, descrito por ele como “O herói multiuso da história brasileira”. Após 1822, o Brasil era visto como um país fadado ao fracasso, já que havia uma sensação de orfandade por parte dos escravos, uma vez que seus desejos de liberdade e melhoria de vida não se concretizaram. “Havia o medo de uma guerra étnica entre negros e brancos”, afirmou Laurentino. Durante o debate, o escritor anunciou que já está preparando o último volume da trilogia sobre a história da monarquia brasileira, com o título 1889, que mostrará o governo de D. Pedro II e sua derrocada com a proclamação da República. * Fonte: Site do Fórum das Letras
A mesa “A poesia cobrindo as distâncias entre a África e o Brasil” proporcionou, neste domingo, o encontro de personalidades do mundo literário e político desses países, como os escritores Abreu Paxe, Affonso Romano de Sant’Anna e Manuel Rui, no Cine Vila Rica. A mesa mediada por Carmen Tindó Secco. Os poetas transformaram o evento em um saral, provocando reação da plateia ao recitar algumas de suas obras, relacionadas com a cultura brasileira e africana. O contista e ensaísta Manuel Rui, junto à “Trumpe Finca Pé”, apresentou um poema feito com a inspiração dessa visita a Ouro Preto para o Fórum, obra marcada pelo verso, “ Passa de toda maneira, mas escrava nunca mais”. Responsável pela autoria do Hino Nacional da República de Angola, entoado pela cantora Kanguimbo Ananás em um dos momentos mais emocionantes do debate, Manuel Rui abriu também espaço para homenagear outro grande poeta de seu país, Viriato da Cruz. De acordo com Abreu Paxe, o reconhecimento deste autor é tão grande que a maioria dos jovens escritores africanos se inspira nesta personalidade. O intercâmbio entre Brasil e África foi também defendido pelo mineiro Affonso Romano de Sant’Anna. “O Brasil levou mais de 500 anos para descobrir a África. A cultura deve existir para estabelecer esses laços”. O crescimento da presença da cultura dos povos africanos no Brasil foi também colocado em discussão pelo autor, que percebe hoje um maior interesse das universidades em conhecer a literatura africana. “Temos uma evolução, isso é importante, pois é difícil separar o movimento literário dos movimentos de libertação Nacional”, afirma. * Fonte: Site do Fórum das Letras
A Superintendência do Ministério da Fazenda em MG/Casa dos Contos e a Aliança Francesa de Ouro Preto convidam a todos para a exposição Palavras e Encontros, que será aberta neste domingo, 14 de novembro, na Sala Cláudio Manoel da Casa dos Contos, como parte da programação do Fórum das Letras. Se a língua é por essência a ferramenta do encontro, o encontro em si está quase sempre na origem de produções verbais. O que seria de fato um encontro, se ele não mobilizasse os recursos da linguagem? E para que serviriam as palavras, sem destinatário? De acordo com os curadores da mostra, a abertura dessa exposição acontece durante o Fórum das Letras 2010 por ser uma manifestação cultural que acontece sob o signo do encontro, e busca celebrar este laço cultural e afetivo por excelência que é a língua. Ele permite, dentro de um espírito de diversidade cultural, a descoberta e o intercâmbio. * Fonte: Site do Fórum das Letras
O quinto boletim do Fórum das Letras traz Laurentino Gomes falando de seus livros mais recentes, uma mistura de jornalismo, história e literatura. Além de Adélia Prado, uma das mais importantes poetizas brasileiras. E ainda uma homenagem à Décio Pignatari com a apresentação de Edney Silvestre!
Assista!
A mesa “O percurso internacional de Cidade de Deus”, na noite de sexta-feira, contribui para a construção de um panorama das problemáticas e do crescimento da Cultura e Literatura Brasileira no exterior. A discussão, no Cine Vila Rica, provocou o encontro do autor de uma das obras brasileira mais distribuída pelo mundo com professores de Cultura Brasileira na França e nos EUA.
O escritor carioca Paulo Lins, antigo morador da favela carioca Cidade de Deus, construiu uma narrativa que chega a países como a Estônia e Polônia, onde a literatura brasileira, até então, era invisível. “Com o Cidade de Deus levei ao mundo um Brasil exótico, busquei uma linguagem de rua, de esquina, feito um samba”.
O autor mostrou ainda que muitas vezes os estrangeiros não conseguem entender a realidade social brasileira: “preciso levar a eles uma compreensão histórica dessa problemática da relação da criança com a violência.”
A literatura brasileira no exterior, para o francês Michel Riaudel, tem enfrentado crises como no ensino do português. O doutor em Literatura Comparada provocou palmas do público quando afirmou que “o governo teria que ter uma preocupação maior com a Cultura Brasileira perante o Mundo.”
A professora de Literatura Brasileira da Universidade Novo México, Leile Lehnen, mostrou os resultados de um questionário feito com professores de 50 universidades americanas, pelo qual comprova ser o cinema mais utilizado do que a literatura brasileira nas aulas de cultura. “Isso demonstra o difícil acesso a obras contemporâneas do Brasil no exterior; fenômenos como o Cidade de Deus ajudam a quebrar esse muro que cerca a nossa cultura”.
*Por Aline Rosa Sá
Autores com carreiras reconhecidas mundialmente foram os protagonistas de um dos eventos da mesa ”Do local ao universal: as trajetórias de João Ubaldo Ribeiro e Márcio Souza”, com mediação de Felipe Lindoso, Os autores discutiram, ao lado de Carmen Villarino, da Universidade de Compostella, e de Rita Godet, da Universidade de Rennes, a repercussão, tanto no Brasil quanto no exterior, de suas obras. E deram ênfase também em uma assunto mais amplo: a literatura brasileira. Márcio Souza já participou de vários eventos em universidades dos EUA e da Europa. “Jorge Amado foi meu grande guia”, disse ele, sobre a difusão de suas obras no exterior. A respeito da divulgação da literatura brasileira em outros países, Rita Godet afirmou que nossa produção literária não alcança de forma significativa o mundo porque hoje se está em busca do mercadológico, dos best-sellers. “Mas isso não é um problema da literatura brasileira apenas, mas sim da literatura em geral.”, diz a professora. Carmen Villarino, que entende a produção literária como um bem cultural, afirma que deve-se criar uma marca consolidada brasileira nesse ramo. Felipe Lindoso ainda comentou a necessidade de haver uma política pública de promoção do autor nacional, tanto dentro quanto fora do país. Márcio, em relação a essa falta de incentivo, afirma que o que vale mesmo é o prazer da escrita. “Eu não tenho nenhuma dificuldade em escrever, muito pelo contrário, tenho que me controlar para não virar uma ‘pororoca’ literária.” João Ubaldo, ao ser perguntado sobre seu público fora do Brasil, diz que cumpre com seu papel de escritor brasileiro e que não trai seu ethos. “Procuro sempre ser honesto com o que escrevo, o resto é consequência.” Ribeiro ainda se mostra autêntico quando afirma: “Eu não mudaria nenhuma palavra que escrevo para agradar aos estrangeiros.” “A mágica do livro deve transformar cada leitor de uma maneira diferente.”, diz o autor sobre a atitude de seus leitores ao lerem seus livros, alegando que isso depende da individualidade de cada um. *Fonte: Site do Fórum das Letras
“O aluno, no Brasil, aprende sobre Grécia, Roma, mas não sobre África”, afirmou Luiz Antônio Simas, mediador da mesa “Permanência e Recriações da Mitologia Africana no Brasil, que contou também com as presenças do escritor brasileiro Alberto Mussa e do nigeriano Felix Ayoh’Omidire. O evento aconteceu no Cine Vila Rica, nesta quinta-feira, 11, às 15h. As discussões giraram em torno do que é o mito e do seu poder literário, uma vez que ele ajuda a definir as marcas identitárias de uma sociedade. “O mito é fundamental na vida de qualquer indivíduo. Na mitologia você encontra o cerne de sua própria identidade”, afirmou Felix. No caso dos africanos, entender como eles vivenciam seus mitos é uma forma de se conhecer também o que é o Brasil, compreender os traços afros presentes na nossa cultura. Outro ponto discutido no encontro foi a Lei nº 10.639 da Constituição, que torna obrigatório nas escolas o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Segundo Alberto Mussa, “a sociedade brasileira ainda é muito racista. O Brasil tem um grande desafio para exterminar o racismo implícito”, diz. É preciso desmistificar a ideia de superioridade intelectual branca sobre a negra; dessa maneira será mais fácil ensinar literatura africana (o que inclui a mitologia) nos colégios. Para isso, “é necessária a unificação dos mitos, pois eles fazem com que nos enxerguemos iguais e reconheçamos como nossa a cultura que herdamos”, conclui Mussa.
Mia Couto, Laurentino Gomes, Adélia Prado, Décio Pignatari, Marcelino Freire, Affonso Romano de Sant’Anna, João Maimona, Manuel Rui, Arthur Dapieve, Beatriz Bracher, Toninho Horta, João Moreira Salles, Marina Colasanti e Leonardo Boff são alguns dos convidados especiais do Fórum das Letras de Ouro Preto, neste fim de semana prolongado. A sexta edição do evento vai até o dia 15 de novembro e contará com debates dos mais diversos assuntos, como a mescla da identidade brasileira e africana, tema central do encontro, até a produção jornalística atual. Neste sábado, a programação do Fórum das Letras tem início às 11h, com o Ciclo Bravo! de Jornalismo e Literatura, no Anexo do Museu da Inconfidência, com a mesa “O jornalismo entre a ficção e a história”, com Paulo Markun, Lira Neto e mediação de André Nigri. As atividades no Cine Vila Rica têm início às 15h, com o tema “Os órfãos da Independência: as relações Brasil e África e as esperanças frustradas em 1822”. O debate terá a presença de Laurentino Gomes, que acaba de lançar o livro “1822”, que conta a história do processo de Independência brasileiro, Fragata de Morais e Clóvis Bulcão. Adélia Prado, uma das autoras mais aguardadas do evento, estará na sessão das 17h, ao lado de Edney Silvestre e Leda Nagle, para discutir a respeito da “Literatura, Identidade, Verdade”. Finalizando o sábado, os poetas Décio Pignatari, Carlito Azevedo, Frederico Barbosa e Adriano Botelho. Paralelamente aos debates, o Fórum das Letras reserva ainda espaço para as crianças. O Fórum das Letrinhas tem continuidade com a Vila Livros: Rica de Crianças, um espaço destinado exclusivamente à divulgação da literatura infantil, na Casa de Gonzaga. A Via-Sacra Poética também segue levando a literatura para as ruas de Ouro Preto e região. Às 14h, começa a Folia de São Gonçalo, no distrito de Amarantina. À noite, a partir das 20h30, Marcelino Freire participa do evento com o espetáculo “Contos Negreiros”, adaptação de seu livro homônimo, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Contos em 2006. Participam da apresentação a cantora Fabiana Cozza e os músicos Douglas Alonso, Rodrigo Campos e André Santos, na Casa da Ópera. Às 23h, acontece o show com a banda Vira-Saia e, à 0h, começa o Sarau Noite Adentro. No domingo, algumas das estrelas do evento são Affonso Romano de Sant’Anna, Manuel Rui e João Maimona, que participam do debate “A poesia cobrindo as distâncias entre a África e o Brasil”, no Cine Vila Rica. João Paulo Cuenca, Felipe Pena e Arthur Dapieve se encontram às 17h, na mesa “A literatura e a diversidade urbana”. A sessão “Cinema e deslocamentos”, com Marcos Strecker e Beatriz Bracher, tem início às 19h. Às 21h, o Fórum das Letras abre as portas para o lançamento nacional da biografia de Toninho Horta, um dos mais importantes músicos brasileiros. O bate-papo “Toninho Horta: Harmonia Compartilhada” precede o lançamento e contará com a presença do músico e da autora, Maria Tereza Rangel. A programação noturna do evento contará com o Movimento Audiovisual de Ouro Preto, às 21h30; com o cortejo “Na Levada da Marchinha”, com os músicos do Distrito de Santa Rita, às 22h; com o Baile a Céu Aberto, com a Orquestra Baile da Sociedade Musical Senhor Bom Jesus de Matosinhos, na Ponte dos Contos, às 22h30; e, à 0h, o Sarau Noite Adentro, no Restaurante Café & Cia. O domingo, último dia de Fórum das Letras, começa às 11h, com o Ciclo Bravo! de Jornalismo e Literatura, no Anexo do Museu da Inconfidência. A mesa “A construção de perfis no Jornalismo” terá a presença de João Moreira Salles, da revista piauí, e Ubiratan Brasil, do jornal O Estado de S. Paulo. Às 15h, no Cine Vila Rica, começa o debate “Minha guerra alheia: mulheres guerreiras, na vida e na literatura”, com Marina Colasanti e Margarida Paredes, com mediação de Simone Schmidt. A mesa de fechamento da sexta edição do Fórum das Letras de Ouro Preto acontece às 17h, com o debate “Escrita, Liberdade e Transformação do Mundo”, com Leonardo Boff e Mia Couto, duas das presenças mais aguardadas do evento. A última atividade do dia está marcada para as 21h, na Igreja São Francisco de Assis, com a apresentação da Orquestra Ouro Preto. A sexta edição do Fórum das Letras de Ouro Preto homenageia a África e os países de língua portuguesa, com autores vindos de diversos locais, como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Portugal, além, é claro, dos brasileiros. O Fórum das Letras é realizado pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). * Fonte: Site do Fórum das Letras
O evento que encerrou a programação do Fórum das Letras nesta quarta-feira, 10, foi o lançamento da exposição e livro “Jorge dos Anjos – Risco Recorte Percurso”. A abertura da mostra aconteceu na Casa dos Contos, às 21h, e reuniu algumas das obras do artista ouropretano. Jorge dos Anjos, que estudou na Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP), é hoje professor da instituição e considerado um dos artistas de maior atuação em Minas Gerais e um dos mais reconhecidos no exterior. As esculturas expostas possuíam características peculiares, uma terceira dimensão, com gestos e grafismos que remetiam à cultura afro-brasileira. Nota-se a exploração do universo da forma e grafia africanas, fazendo referência ao ponto central dos estudos de Jorge. “Há alguns anos pesquisa e trabalho questões da africanidade”, revela o autor. O público mostrou-se bastante interessado nos traços e contornos apresentados na exposição, que contou com a presença de algumas autoridades, como o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo. “O Jorge pesquisa o universo africano para realizar uma interpretação particular e original. Ele foi a fundo na sua própria origem”, disse. Jorge dos Anjos, por sua vez, falou da importância de se participar do Fórum e do lugar reservado para o lançamento. “A Casa dos Contos é um dos espaços mais bonitos para exposição”, afirma.
A “História da presença africana em Minas Gerais” foi mostrada em detalhes por autores, historiadores e professores no Cine Vila Rica, na sessão de abertura do Literatura em Cena desta quarta-feira, 10 de novembro, que abordou todo o processo da escravidão no estado. Júnia Furtado, pesquisadora de História da UFMG, levantou discussão sobre o mito de Chica da Silva, a ex-escrava que frequentou a fechada elite mineira. Com a participação ativa dos africanos na plateia, Junia concluiu ser necessário recuperar a tradição africana perdida em Minas por um “branqueamento” dos alforriados. Um dos autores de "Uma breve história do Brasil", Renato Venâncio, tornou o debate mais próximo, mostrando dados que comprovam como a antiga Vila Rica era uma cidade africana e possui hoje documentos sobre essa herança. O Brasil é visto como um exportador de conhecimento historiográfico para o professor de História da Universidade de São Paulo (USP), Rafael Marquese. De acordo com ele, “é possível arriscar voos mais altos sobre essa Diáspora Africana, que é um tema crucial”.
Convergir em um encontro a Literatura Brasileira com toda a diversidade e riqueza da cultura de países africanos lusófonos é o eixo central da sexta edição do Fórum das Letras em Ouro Preto. A Igreja Nossa Senhora do Carmo foi o cenário da abertura oficial na manhã dessa quarta-feira, 10 de novembro.
A abertura foi feita pela coordenadora-geral do Fórum das Letras, Guiomar de Grammont, seguida pelo pró-reitor de Extensão da UFOP, Armando Wood, e pelo Prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo. Também marcou presença Abreu Praxe, membro da Direção da Associação dos Escritores Angolanos.
Promovido pela Universidade Federal de Ouro Preto, o Fórum terá – até o dia 15 de novembro - apresentações gratuitas para uma cooperação mútua entre a arte do Brasil, Portugal e dos países de língua portuguesa da África. “O fio que liga nossa cultura à africana é a língua, e por meio desta é possível desvendar essas identidades multifacetadas que aqui se encontram”, constata Guiomar de Grammont.
O Prefeito Ângelo Oswaldo mostrou que esse evento e sua atenção à literatura e a interação com autores, intelectuais e públicos desde 2005, marca um momento histórico na Literatura de Ouro Preto, Patrimônio Cultural da Humanidade que tem em suas páginas poetas como o homenageado pelo Bicentenário, Tomás Antônio Gonzaga.
Compartilhar cultura, literatura e arte é o desafio proposto por esse encontro que aglomerará, nesses seis dias, de crianças a grandes poetas brasileiros em busca do conhecimento através da Literatura.
O papel do poeta não é trazer tristeza
“Ser homenageado é ótimo, é bem melhor que ser insultado. Mas não me peçam para explicar, quem me homenageia é o que deve fazer”, assim o poeta Ferreira Gullar define a homenagem de ontem.
Para a coordenadora do Fórum das Letras, Guiomar de Grammont, a escolha se encaixa perfeitamente na temática do Fórum das Letras desse ano, África. “A língua que gera submissão também é aquela que gera liberdade. Ferreira Gullar , assim como muitos escritores africanos, soube aproveitar esse recurso em meio a movimentos populares”, disse.
Mesmo tendo participado de movimentos populares e vivenciado um período opressor, Gullar acredita que o papel do poeta não é o de trazer tristeza. “A arte, assim como a poesia, existe porque a vida não basta. Você transforma a dor em alegria. Eu faço arte para o outro ser feliz”, afirmou.
* Por Aline Rosa e Mateus Meireles
Começou hoje o Fórum das Letras, que acontece entre os dias 10 a 15 de novembro, e se encontra na 6ª edição. O evento é promovido pela Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP e idealizado pela diretora do Instituto de Filosofia, Artes de Cultura (IFAC) Profª Guiomar de Grammont. O principal objetivo do fórum é a valorização da identidade e da diversidade da literatura dos países lusófonos.
O tema “África” retoma a história desses países e como eles influenciaram a cultura brasileira, em especial em Minas Gerais. “O português é a quarta língua mais falada do mundo, mas a literatura produzida nos países lusófonos ainda não é muito difundida no mundo e nem mesmo nos próprios países de língua portuguesa dos três continentes. Por isso, o Fórum das Letras reforça sua missão de promover a interação cultural e literária entre os países que se irmanam no uso deste idioma. Além disso, os países de língua portuguesa da África, assim como o Brasil, viveram a colonização e possuem problemas, questionamentos e expectativas semelhantes aos nossos. Por isso, é tão importante o diálogo entre essas nações e o conhecimento mútuo de suas realidades e manifestações culturais. Da mesma forma, os países do Mercosul, que buscam sua inserção no mundo de forma parecida com o Brasil, devem se juntar a nós em edições futuras. O Fórum das Letras busca a construção de uma política de promoção e divulgação da cultura e da literatura brasileira, em interação com países cujos ideais se assemelham aos nossos”, adianta Guiomar.
O evento conta ainda com uma homenagem aos 300 anos da Antiga Vila Rica, com ênfase na contribuição africana para a formação sociocultural do nosso país. Além disso irá contar com a presença de importantes autores como Ferreira Gullar, Mia Couto, Affonso Ávila, Alberto Mussa, entre outros.
A TV Ufop pelo 4° ano realiza a cobertura do evento e nesse ano conta com uma parceria inédita do Canal Futura que irá transmitir às 20hs, em rede nacional, os boletins diários produzidos pela equipe da TV, dando um apanhado dos acontecimentos do dia anterior. Não perca!