segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Obras brasileiras que atravessam muros e fronteiras

A mesa “O percurso internacional de Cidade de Deus”, na noite de sexta-feira, contribui para a construção de um panorama das problemáticas e do crescimento da Cultura e Literatura Brasileira no exterior. A discussão, no Cine Vila Rica, provocou o encontro do autor de uma das obras brasileira mais distribuída pelo mundo com professores de Cultura Brasileira na França e nos EUA.

O escritor carioca Paulo Lins, antigo morador da favela carioca Cidade de Deus, construiu uma narrativa que chega a países como a Estônia e Polônia, onde a literatura brasileira, até então, era invisível. “Com o Cidade de Deus levei ao mundo um Brasil exótico, busquei uma linguagem de rua, de esquina, feito um samba”.

O autor mostrou ainda que muitas vezes os estrangeiros não conseguem entender a realidade social brasileira: “preciso levar a eles uma compreensão histórica dessa problemática da relação da criança com a violência.”

A literatura brasileira no exterior, para o francês Michel Riaudel, tem enfrentado crises como no ensino do português. O doutor em Literatura Comparada provocou palmas do público quando afirmou que “o governo teria que ter uma preocupação maior com a Cultura Brasileira perante o Mundo.”

A professora de Literatura Brasileira da Universidade Novo México, Leile Lehnen, mostrou os resultados de um questionário feito com professores de 50 universidades americanas, pelo qual comprova ser o cinema mais utilizado do que a literatura brasileira nas aulas de cultura. “Isso demonstra o difícil acesso a obras contemporâneas do Brasil no exterior; fenômenos como o Cidade de Deus ajudam a quebrar esse muro que cerca a nossa cultura”.

*Por Aline Rosa Sá

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