quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


Escrever sobre uma das melhores intérpretes da música brasileira é um desafio, no mínimo, prazeroso. Todos os elogios a sua voz ainda serão poucos e descrever esse instrumento, posso dizer nesse momento, é impossível. É para sentir, desfrutar, se deixar levar por esse timbre maravilhoso, único, afinado, forte. Não posso falar com propriedade musical, área que admiro muito, mas não tenho conhecimento técnico, mas pretendo escrever aqui palavras de um apreciador da música de qualidade. Elis Regina foi a melhor cantora que o Brasil já ouviu.
Há trinta anos morria Elis Regina, mais precisamente no dia 19 de janeiro de 1982, aos 36 anos de idade. Mas como toda arte de qualidade, as suas gravações se tornaram clássicos. Inesquecíveis. Mais do que afinada, digo que Elis era presente, cantava com a alma, se doava ao momento. Cantava com paixão. Talvez esse seja o segredo de sua qualidade: paixão. Não há como ver e ouvir Elis sem se emocionar, prestar atenção em cada palavra por ela pronunciada, sentir o que ela sentia ao cantar músicas imortalizadas na sua voz como O bêbado e a equilibrista, Upa Neguinho, Como nossos pais, Águas de Março e tantas outras que não caberiam neste post. Não há uma música que podemos ressaltar em sua carreira: há uma voz que transformava cada canção em sua canção, em melhor canção. E o que falar dos encontros maravilhosos com Tom Jobim ou Milton Nascimento? Neste momento toca em minha caixa de som “Golden Slumbers”, sucesso do The Beatles, na voz de Elis e Milton: como descrever? Deixo para vocês apreciarem.


Mais do que justo relembrar a Pimentinha em um Circuito em Ouro Preto. Justo pela memória dessa grande artista. Justo para nós, que teremos a oportunidade de ouvir belas canções em tempos que a música parece ter perdido a poesia, a história e a emoção.
A TV UFOP, como não podia deixar de fazer, resgatou um pouco da história de Elis Regina e ainda falou com a cantora Érica Curtiss, uma das cantoras do circuito. Não é a primeira vez que Érica aparece na TV UFOP e o nosso desejo é que não seja a última. Uma artista encantadora com a uma das vozes mais doces que ouvi. Mesmo sendo suspeito para falar (Érica Curtiss foi minha professora de Expressão Vocal na faculdade), ela tem um carisma único.
Salve Elis, salve a boa música, salve aqueles que resgatam e apreciam, salve os que cantam. Nada melhor para começar essa semana de carnaval.
Thiago Meira
Jornalismo/Produção

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